segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Invenção e inovação: pontos distintos de uma mesma reta

Os conceitos de inovação e invenção não raro se misturam. Apesar de possuírem relação, as definições são distintas, mas também podem funcionar como dois estágios de um mesmo processo.

Uma invenção é derivada de novas ideias e conhecimentos; é uma aplicação do conhecimento que cria algo novo. Já o conceito da invenção se encerra no breve momento quando ocorre a descoberta.

A partir daqui, surge o conceito de inovação, algo menos atrelado ao momento e que pode ser considerado como algo contínuo. Michael Porter coloca de forma interessante o conceito de inovação em sua obra. Para ele, a inovação seria “um modo novo de se fazer as coisas comercializáveis”.

Tendo a definição de Porter em mente, a inovação poderia ocorrer a partir do momento em que a invenção chega ao mercado e o momento em que o conhecimento novo é colocado em prática e produção, criando novos produtos, serviços e processo que permitem a uma organização expandir-se.

Por isso que a inovação não requer necessariamente uma invenção para ter seu processo disparado. E, justamente por isso, muitas inovações ocorrem como melhorias de processos e práticas já existentes, mais do que criando algo novo, somente otimizando ou tornando mais eficiente algo que já exista.

Uma invenção, sob o conceito de descoberta, não possui um caráter benéfico ou prejudicial. Ela simplesmente ocorre por curiosidade, necessidade ou acaso. Aqui novamente entra a inovação – da aplicação de uma invenção ou descoberta, se pode extrair algum caráter.

Por exemplo, durante a primeira metade do século XX, várias descobertas em relação à radioatividade e à fissão nuclear ocorreram. Contudo, passaram-se muitos anos até que tais invenções realmente fossem aplicadas de forma prática.

As inovações que se seguiram podem ser consideradas prejudiciais, como no caso da bomba nuclear, porém ao mesmo tempo criaram uma modalidade de produção de energia e processos de tratamento do câncer.

Assim como inovação não requer invenção, uma ideia não precisa ser apenas genial – ela precisa ser genial e economicamente viável. Para encontrar o caminho da inovação, invenções precisam dar origem a aplicações que possam achar respaldo no mercado. Entretanto, a gestão da criatividade e da inovação não é de responsabilidade do inventor.

Empresas inovam todos os dias, mas deixam passar em branco muitas ideias por conta de políticas que não priorizam a criatividade e o conhecimento. Aos empresários, saber distinguir invenção de inovação é importante, mas abrir os olhos para ambas é essencial.

importado por splitz

Nenhum comentário:

Postar um comentário