domingo, 10 de abril de 2011

Invisibilidade pública

 

Pela internet minha amiga Maíra Barros me manda um texto que informa que o psicólogo Fernando Braga da Costa defendeu tese no curso de mestrado da Universidade de São Paulo, sustentando ter vivido um determinado período de sua vida como um ser invisível.

A experiência escolhida, para sustentar a tese da “invisibilidade pública”, foi vestir um uniforme de gari e trabalhar durante um certo tempo varrendo as ruas da própria USP.

Numa rápida pesquisa me deparo com a informação de que isso aconteceu em 2003, mas, mesmo assim, achei um barato a idéia e forte a conclusão de que, em geral, nós não enxergamos as pessoas e sim a sua função na sociedade, de modo que quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.

O psicólogo trabalhava apenas meio período como gari, sem receber salários, e diz ter vivido a maior experiência de sua vida ao descobrir que um simples bom dia – que nunca recebeu enquanto atuava como gari – pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência.

Dizendo ter sentido na pele o que é ser tratado como um objeto, registrou que professores da universidade passavam por ele e não o reconheciam por causa do uniforme. Algumas vezes esbarravam no seu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam em frente como se tivessem encostado num poste ou orelhão.

A rica experiência deixou marcas profundas no psicólogo e gerou um livro: Homens invisíveis – relatos de uma humilhação social (Editora Globo), e serve, sem a menor dúvida, para nos fazer refletir a respeito dessa horrível tendência que a maioria de nós tem de agradar os poderosos e ignorar ou maltratar os humildes.

Pense você aí. Eu estou pensando aqui. E vou comprar o livro.

Blog do Andral

http://compare.buscape.com.br/homens-invisiveis-fernando-braga-da-costa-8525038911.html

 

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