terça-feira, 1 de julho de 2008

Saiba como funciona o serviço de banda larga pela rede elétrica

PC WORLD

 

 

Redes elétricas internas já contam com alguns usuários em SP; parte externa ainda aguarda regulamentação.

 

Você sabia que é possível acessar a Internet usando a fiação elétrica de sua casa e que existem estudos no Brasil de entregar este tipo de serviço na casa dos usuários desde 2001?

 

Essa modalidade de acesso vem sendo testada por empresas como a Eletropaulo Telecom (SP), Light (RJ), Copel (PR), Celg (GO), além da Brasil Telecom, que tinha projetos de entregar banda larga pela rede elétrica em pelo menos dez estados.

 

A transmissão de dados pela rede elétrica, chamada BPL (Broadband over Power Lines) ou PLC (Power Line Communications), e da eletricidade ao mesmo tempo e pelo mesmo par de fio de cobre é viável pois cada um destes serviços utiliza faixas de freqüência diferentes - como o que já ocorre com o serviço de banda larga na linha telefônica convencional.

 

Por conta disso, os dois serviços podem conviver tranquilamente no mesmo meio, e um não vai interferir no funcionamento do outro. Conta a favor da PLC o fato de a rede elétrica estar disponível em um número muito maior de pontos do que a rede de telefonia.

 

Fisicamente falando, a faixa de freqüência utilizada pela energia elétrica é mais longa, porém baixa (na casa dos Hertz - Hz). Já o serviço de dados utiliza um sinal mais curto e uma faixa de freqüência muito mais alta (Megahertz - MHz).

 

O que isso quer dizer? Na prática, qualquer pequena interrupção no sinal de dados, ou mesmo falhas na rede podem gerar perdas irrecuperáveis na transmissão dos sinais de telecomunicações. Por interrupções ou falhas, podemos considerar, por exemplo, o acionamento de outros equipamentos elétricos na mesma rede.

 

O campo magnético gerado prejudicava o tráfego dos dados na primeiras versões dos modems, problema que já foi resolvido nos equipamentos mais modernos.

 

Para compreender como a entrega do serviço de banda larga pela rede elétrica acontece é preciso analisá-la sob dois pontos de vistas distintos.

 

Na parte 'indoor' - ou seja, na casa do usuário, em prédio de apartamentos ou mesmo no escritório - , cada PC deve ter um modem, de um lado conectado ao computador via USB ou rede Ethernet, e do outro ligado à rede elétrica (tomada).

 

Pelo menos dois fatores são vantagens desse método. Com ele, potencialmente, qualquer tomada dentro da casa, prédio ou escritório se torna um ponto de internet, e não se fica à mercê de barreiras que possam impedir a expansão da rede.

 

Por outro lado, comparada ao acesso sem fio, a solução PLC necessita de modem compatível ligado a cada PC (e este, na tomada). Sem contar o preço, que em função da falta de grande escala torna este tipo de solução mais cara.

 

O modem PLC é o responsável por converter as informações que chegam pela fiação elétrica e entregá-la na forma adequada ao computador e vice-versa.

 

Adicionalmente, é preciso ter um demodulador-repetidor, que é instalado junto ao relógio de medição e faz o meio de campo entre as partes 'indoor' e 'outdoor'.

 

Fora do ambiente 'indoor', os dados trafegam pela rede da concessionária de energia elétrica até um concentrador mestre, em geral instalado em uma estação ou subestação de distribuição.

 

A partir daí, os dados trafegam via cabo de fibra óptica, que pode estar sob a responsabilidade de empresa de telecomunicações ou mesmo da própria empresa de energia, até chegar a um ponto de acesso a web (POP).

 

Na verdade, a parte externa do processo ainda não foi regulamentada pela Anatel, o que deve ocorrer em breve, segundo Pedro Jatobá, presidente da Aptel. Algumas companhias elétricas estaduais, como a Copel, já fazem licitações para testar a tecnologia, razão pela qual não há serviços comerciais em operação.

 

O que já dá para fazer é montar uma rede de dados usando a fiação elétrica e conectá-la a um provimento de acesso externo que venha da rua, como o cabo. De acordo com Jatobá já existem cerca de 5 mil pontos como esse na cidade de São Paulo.

 

Como já foi citado, a primeira grande vantagem desse modo de conexão PLC é evidente: a infra-estrutura necessária já está amplamente instalada, pois praticamente todas as construções estão conectadas à rede elétrica. Assim não há gastos nem perda de tempo com instalação de cabos, por exemplo, o que poderia encarecer o serviço.

 

E isso se torna ainda mais importante quando nos lembramos de locais que não podem ter a sua estrutura quebrada para a instalação de cabos – seja por inconveniência ou por impedimento – como prédios antigos, museus, edifícios tombados e alguns hospitais.

A internet via rede elétrica também pode ter vantagens específicas em relação ao wireless. Muitas vezes se pensa que a conexão sem fio à Internet é a solução definitiva de todos os problemas de conectividade.

 

Mas não podemos nos esquecer de locais onde as ondas de rádio não funcionam, por causa de uma parede muito espessa ou de problemas de topografia. Isso sem falar nos atuais problemas enfrentados por usuários com compartilhamento de banda e baixa velocidade.

 

A velocidade, aliás, é outro ponto a favor das redes elétricas e pode chegar a cerca de 200 Mbps. Também conta a seu favor a criptografia usada – DES de 56 bits – que garante boa segurança e privacidade.

 

Além disso, os dados estão sempre em rede local, o que livra essa tecnologia dos riscos de sniffing e wardriving, dos quais o Wi-Fi é freqüentemente vítima. Como o demodulador-repetidor fica instalado antes do relógio de medição, dentro dos limites do cliente, não há vazamento das informações para a rede externa.

importado por splitz

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