Gilberto Tadday - Veja
Em entrevista para a revista Veja, cofundador do Facebook fala sobre investimentos futuros e sobre sua vida na Ásia
Desde a semana retrasada, quando o Facebook lançou seu IPO na Nasdaq, o nome de Eduardo Saverin não sai da mídia. O motivo foi a recente renúncia à sua cidadania norte-americana, que gerou polêmica nos Estados Unidos, pois acreditava-se que o rapaz declinou o documento apenas para evitar impostos sobre os lucros do Facebook no mercado de ações.
O brasileiro negou que a jogada fosse essa e afirmou que pagaria todos os seus impostos, mas a polêmica já estava criada e Saverin se viu obrigado a esclarecer as coisas. Em uma entrevista para a revista Veja, o empresário que ajudou Mark Zuckerberg a criar o Facebook, ao lado de seu pai, Roberto Saverin, afirmaram que a renúncia não foi uma escolha e sim uma falta de opção. Segundo eles, toda a movimentação financeira em Cingapura, país em que ele vive e faz negócios atualmente, é restrita e burocratizada quando se tem passaporte americano e, portanto, não houve outro caminho a não ser abdicar da cidadania norte-americana.
Saverin hoje mora sozinho em um bairro afastado do centro de Cingapura em um condomínio de luxo que custou R$ 27 milhões. Um dos dormitórios é o seu escritório. Ele não tem secretária e utiliza três monitores Mac de 27 polegadas para comprar ações e fazer investimentos na Ásia, Europa e Estados Unidos. Apesar dos negócios estarem indo muito bem, haja visto o apartamento que ele comprou, o jovem empresário confessou que tem vontade de investir no Brasil, mas ainda não encontrou uma boa janela, já que quer algo relacionado à tecnologia. O principal motivo, no entanto, não é só o financeiro, mas sim emocional. "Está em meu coração, sou brasileiro, é o lugar que nasci", comentou na entrevista.
Sobre Mark Zuckerberg, Saverin foi só elogios. O cofundador da rede comentou que o presidente do Facebook foi um visionário e o grande responsável pelo sucesso do site. "Só posso falar bem do Mark, não tenho ressentimento algum; é admirável o foco dele desde o primeiro dia até hoje — foi um visionário, sempre soube que o Facebook só cresceria se mantivesse a ideia central, a de as pessoas se apresentarem verdadeiramente, sem pseudônimos. Essa é a grande força do Facebook, o que permitiu transformá-lo em um instrumento de protesto, como no Egito, mas também de negócios, além do contato natural com amigos".
O brasileiro, que deixou o país aos 10 anos para morar nos Estados Unidos com a família, garantiu que nunca arremessou um notebook em cima de Zuckerberg, como é mostrado no filme "A Rede Social", e que o personagem apresentado nas telonas não tem nada a ver com o Saverin real. "Aquilo é Hollywood, não é documentário". Com isso, desvendou-se também o mito de que ele levaria uma vida de príncipe árabe em Cingapura, rodeado de mulheres e festas nababescas regadas a champagne.
Quer conhecer outros brasileiros que ajudaram e ajudam a construir a história do Facebook? Clique aqui e leia uma matéria feita com dois funcionários brasileiros da maior rede social do mundo.
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