domingo, 22 de janeiro de 2012

Smart Cities: o que podemos esperar das cidades do futuro?

cidades inteligentes

Sistema de previsão de enchentes, sensores de falta de energia e atendimento ao cidadão através das redes sociais são alguns dos projetos

Já imaginou se o governo do Rio de Janeiro pudesse prever as enchentes no estado? Ou se os cidadãos pudessem reclamar ou sugerir serviços públicos por meio das redes sociais? E se quando acabasse a luz, por exemplo, a empresa responsável já soubesse de antemão em quais bairros estão ocorrendo problemas e como solucioná-los sem que alguém precise ligar para avisá-los?

Essas pequenas mudanças de infraestrutura de uma cidade estão cada vez mais próximas de se tornarem realidade. Isso porque diversos projetos de smart cities, ou cidades inteligentes, estão sendo criados no mundo todo. As cidades do futuro são aquelas que utilizam tecnologias avançadas para atender às demandas da população e de todos que formam o seu ecossistema. 

O Grupo Odebrecht, por exemplo, venceu a licitação para a construção da Cidade da Copa na região metropolitana de Recife (Pernambuco) e já pensa em transformá-la também em uma Cidade Inteligente para promover o desenvolvimento urbano na área. A IBM e a Oracle também estão investindo fortemente neste conceito, afinal, as cidades inteligentes nada mais são do que um conjunto de serviços baseados na tecnologia da informação e comunicação. Empresas como estas aplicam a TI para coletar dados de diversos sistemas da cidade e analisá-los de forma inteligente. Com as informações nas mãos, as empresas cruzam esses dados e os conectam por meio de redes mais efetivas. O resultado final são serviços mais eficientes.

A TI dentro de uma cidade inteligente pode auxiliar, por exemplo, no monitoramento da violência nas principais regiões da cidade, por meio da vigilância eletrônica, do planejamento de ações policiais estratégicas e táticas, além de monitorar e organizar o trânsito. O software coleta e analisa os dados e consegue distinguir até em qual rua o semáforo deve ficar mais ou menos tempo aberto para evitar o congestionamento. 

No caso da Oracle, a companhia se uniu a uma organização sem fins lucrativos, chamada Living Labs Global, que está trabalhando em Barcelona (Espanha), Birmingham (Inglaterra), Cáceres (Espanha), Cidade do Cabo (África do Sul), Guadalajara (México), Rio de Janeiro (Brasil), São Francisco (Estados Unidos) e Santiago (Chile). 

A empresa elaborou um projeto inicial para ajudar a gerenciar as cidades inteligentes que utiliza cinco departamentos centrais: recursos humanos, administração financeira, análises, governança e observação, e serviços de TI compartilhados. 

Em um dos projetos da Oracle, realizado em uma cidade com aproximadamente 3,5 milhões de habitantes, a companhia implementou um novo serviço de atendimento ao cidadão para aproximadamente 25 segmentos diferentes. A instalação durou cerca de seis meses, oferecendo ao setor público ambientes sustentáveis com alto grau de conectividade e interoperabilidade.

A companhia quer a tecnologia em todos os departamentos da cidade, reduzindo custos e melhorando a prestação de serviços. "O gerenciamento dos órgãos públicos tornou-se mais complexo. Os líderes do setor público têm de entender e atender às crescentes expectativas dos cidadãos, empresas, autoridades e funcionários", comentou o executivo. "A inovação inteligente resolve até 90% (ou mais) dos pedidos dos serviços públicos por meio de serviços multicanais integrados, incluindo autosserviço Webchat, números locais únicos, Facebook, Twitter, e-mail etc", completou.

Já a IBM decidiu criar quatro áreas específicas em sua estratégia de cidades inteligentes para o mercado brasileiro: segurança pública, transporte, infraestrutura e energia. No programa oficial do Smarter Cities Rio, que ocorreu em novembro de 2011 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ), Virginia Rometty, que assumiu o posto de CEO global da companhia este mês, disse que está consolidando uma série de conceitos de como ajudar as metrópoles a se tornarem cidades inteligentes.

De acordo com Pedro Almeida, diretor da IBM da divisão de Smart Cities, o grande desafio ao desenvolver um projeto para o Rio de Janeiro era ajudar a resolver a questão das enchentes. "O prefeito queria saber como poderíamos ajudar a cidade a responder melhor a um incidente", disse. 

O projeto inicial foi desenvolvido a partir daí, mas acabou se amplificando e trazendo ainda mais sugestões de melhoramentos. A empresa criou um centro de operações com um telão de controle, dividido em quatro grandes blocos. Um deles é voltado para previsões meteorológicas e se chama PMAR. O sistema identifica quais são os pontos de possíveis alagamentos na cidade, dependendo de uma determinada taxa de precipitação. Além disso, o PMAR consegue oferecer uma previsão com certa antecedência, cerca de 48 horas antes da chuva. 

"Temos cerca de 32 agências e serviços representadas. Isso permite que eu tenha todas as áreas da cidade cobertas pelo centro de operação", explica Arthur Szabo, executivo de projeto da IBM. "A partir do centro de operações a gente consegue acionar rapidamente esses órgãos. Isso está funcionando sete dias por semana e 24 horas por dia", concluiu.

São cerca de 400 câmeras ativas dentro do Centro de Operações e com isso é possível também fazer o monitoramento de algum incidente que esteja acontecendo na cidade em relação à segurança. Este centro ainda permite que os responsáveis monitorem as condições de trânsito em uma determinada região da cidade.

Outros planos englobam soluções para a energia, como a instalação de sensores automáticos que detectam a falta de luz imediatamente e fazem a medição da energia remotamente, além de um recurso sustentável, que tornaria os cidadãos ao mesmo tempo consumidores e produtores de energia. Fora isso, há ainda a ideia de criar um sistema de gerenciamento doméstico de energia, que permitirá ao cidadão adaptar seus padrões de uso e reduzir custos.

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