quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aos 40 anos, e-mail insiste em ignorar decretos de morte

Correio eletrônico é ameaçado pelas redes sociais e spam.

Primeira mensagem com o símbolo ‘@’ foi enviada em 1971.

Ray Tomlinson, criador do e-mail (Foto: Divulgação/Computer History Museum)

Ray Tomlinson, criador do padrão de e-mail (Foto: Divulgação/Computer History Museum)

Em 1971, uma época em que o ‘@’ ainda era digitado com a combinação de teclas “SHIFT+P”, Ray Tomlinson estudava o programa “SNDMSG”, que permitia o envio de e-mails para usuários de um mesmo computador – na ocasião, um mesmo “computador” era usado por muitas pessoas. Com algumas melhorias, Tomlinson percebeu que poderia enviar mensagens para outros sistemas, mas precisava de algo para separar o nome do usuário do computador. Nascia  o padrão “usuário@computador” e também o primeiro e-mail. O formato chega aos 40 anos após ouvir diversos decretos de morte - inclusive de sistemas como o Google Wave, que deixaram de existir antes de "assassinar" o antigo e-mail.

Mensagens eletrônicas eram enviadas internamente antes da possibilidade de se enviar algo pela rede existir. A caixa de entrada era apenas um arquivo no sistema no qual o protocolo tinha apenas permissão para acrescentar informações e não editar, ler ou remover. Isso funcionava foi complementado por Tomlinson com base no Cryptnet, outro protocolo que ele desenvolveu para enviar arquivos pela rede, e com isso o e-mail deixou de ser uma mera caixa de recados entre usuários do mesmo computador.

Ray Tomlinson conta em seu site que não lembra o conteúdo do primeiro e-mail, mas que provavelmente foi algo sem sentido como “QWERTYUIOP”. Ele lembra, porém, porque escolheu o símbolo “@”: ele não era usado em nomes e não era nenhum caractere especial em nenhum editor de texto da época. No Brasil, o “arroba” é uma unidade para medir massa que vale 15 quilogramas.

Em 1970 não exista ainda o “.com” e ler mensagens individuais não era possível inicialmente. O primeiro e-mail foi enviado entre dois computadores que estavam lado a lado, mas que estavam conectados apenas pela Arpanet – a rede embrionária que deu origem à internet dos dias atuais.

Na década de 80, o formato de e-mail seria usado na Usenet e na criação de litas de discussão, mas já com extensas mudanças. As tecnologias atuais (o SMTP, o POP, e o IMAP) apareceriam na década de 80 para adequar o e-mail à rede IP (internet), que estava substituindo a Arpanet. Com algumas mudanças, esse é o mesmo e-mail usado até hoje. Os primeiros webmails surgiram em 1995.

Máquina funcionou como primeiro servidor de e-mail do mundo (Foto: Divulgação/Computer History Museum)

Máquina funcionou como primeiro servidor de e-mail do mundo (Foto: Divulgação/Computer History Museum)

Determinar a quantidade de mensagens de e-mail que circula diariamente é complicado porque não existe uma autoridade que verifica e conta todas as mensagens. Empresas especializadas no ramo como a Radicati e a Commtouch estimam que 30 bilhões de mensagens de e-mail legítimas são enviadas por dia, mas outras 100 a 200 bilhões de mensagens são spam – número que caiu em 2011 com o desmantelamento de algumas redes criminosas.

O número pode ser comparado ao Twitter, que em abril revelou receber 350 milhões de tuítes por dia. O Facebook afirmou em novembro de 2010 que quatro bilhões de mensagens são enviadas no site por dia – mas essa estatística inclui as mensagens de chat.

A maioria das redes sociais – ditas concorrentes do e-mail – ainda envia notificações a seus usuários via e-mail. Algumas delas, repetidamente. Outros concorrentes, como o Google Wave, desapareceram antes mesmo de conseguir espaço.

Apesar das redes sociais e dos softwares de mensagem instantânea e chat, o e-mail continua fazendo circular bilhões de mensagens por dia e servindo como autenticação de registro em diversos serviços e sites da web.

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