domingo, 3 de maio de 2009

Medo de mudar pode estacionar sua carreira

Emprego Certo
Viviane Macedo
Em São Paulo

Antigamente, a relação profissional x empresa era quase um casamento. O jovem entrava na organização, fazia carreira e, em muitos casos, se aposentava tendo apenas uma experiência profissional em toda a vida. Esse, aliás, era o sonho e a realização de muita gente. Hoje a história é outra. O número de empresas no currículo de um profissional aos 30 anos, às vezes, é maior do que de um aposentado, aos 65. E essa rotatividade, quando focada e estruturada, não é mal vista pelo mercado de trabalho.

 

 

 

 

 

 

Apesar do novo cenário, há quem tenha sérias restrições à palavra mudança e com a falsa certeza de estabilidade, se deixa acomodar, aumentando as chances de estagnação da carreira. Segundo o consultor do Idort, Antonio de Jesus Limão, à medida que o profissional se sente confortável ou seguro demais em determinada posição, passa a temer por qualquer mudança. "Por uma questão de comodismo, nós temos forte tendência a trilhar por caminhos conhecidos, onde nos sentimos confortáveis. Quando vem uma mudança, ou um simples enxugamento de quadro, por exemplo, os mais acomodados se entregam ao medo de perder o emprego, de viver uma situação nova", afirma o especialista em gestão de mudança e coach.

Limão explica que não há problema algum em trabalhar muito tempo na mesma empresa, desde que durante esse período ela esteja oferecendo desenvolvimento para o profissional. O grande problema está na acomodação. Ficar na mesma companhia durante anos, realizando repetidas funções, sem perspectivas de crescimento é complemente negativo para a carreira e o primeiro passo rumo à mudança tem de partir do mais interessado - o profissional. "Nós somos os responsáveis pelo o que acontece em nossa vida, sendo bom ou ruim. Por isso, é preciso estar em permanente busca, só assim é possível evoluir", aconselha o consultor, que completa "Quando começamos a nos conformar, tudo a nossa volta muda, menos nós. E as organizações não esperam que seus colaboradores sejam estagnados, pelo contrário, as exigências hoje são por pessoas ativas e em constante aperfeiçoamento".


A solução pode estar fora
Cada situação é diferente, mas em alguns casos, insistir em continuar na empresa pode até ser o melhor atalho, porém que não leva ao destino desejado - o tão sonhado sucesso profissional. Sendo assim, o ideal é traçar uma nova meta e ir atrás desse objetivo, mesmo que ele esteja em outra organização. "Quando o profissional tem um plano de carreira, ele sabe exatamente o que fazer. Então se não tem, a primeira coisa deve ser desenvolver um. Ele tem de saber quais são os objetivos futuros, pessoais, o que quer atingir, enfim, o que pretende conquistar pra si. E, a partir daí, ir atrás de meios para realizar essas metas", afirma.

Segundo Limão, o mais racional, nesse momento de crise, seria começar sondar o mercado e buscar uma nova oportunidade, antes mesmo de sair da empresa. "Essa é a melhor maneira para aqueles que precisam mudar de emprego, mas preferem que essa transição seja mais segura. Saindo e apresentando-se ao mercado, o profissional vai ter noção do quanto está valendo e o que precisa para tornar-se mais competitivo", garante.

Sentir medo nessa hora é normal, mas é preciso encará-lo de frente. "O medo parte de alguns estímulos externos e é necessário livrar-se dele. Acreditar na própria competência, analisar o cenário antes de tomar qualquer decisão e mentalizar bons resultados são atitudes capazes de fazer com que essa mudança e todas as fases que ela implica sejam bem-sucedidas", finaliza.

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