A empresa responsável pelo e-procurement da distribuidora de petróleo e gás trabalha com um orçamento anual de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões para área de TI
Tatiana Americano, da CIO
Em 2008, R$ 17,3 bilhões em compras de produtos e de serviços das empresas do sistema Petrobras – que hoje representa um dos maiores fornecedores de petróleo e gás do mundo – foram negociados por meio da internet, a partir do portal da Petronect. Esta última, empresa criada há seis anos, com o intuito de oferecer serviços de e-procurement para todas as unidades de exploração e produção de petróleo e gás do grupo, bem como das refinarias, termelétricas e demais companhias que compõem a holding.
A principal barreira para que toda as licitações de produtos e de serviços aconteçam pela internet, revela Cavanha, está na cultura dos usuários do sistema, o que inclui hoje uma base de 9 mil compradores dentro da Petrobras e mais de 50 mil fornecedores externos. “Ao longo do tempo, conquistamos a confiança dos usuários, mas percebemos que, no caso dos grandes projetos, ainda há uma desconfiança em relação ao portal”, explica o CEO.
Para arrebanhar as compras de grande porte, a Petronect desenhou um plano baseado em três pilares: conscientização dos funcionários da Petrobras que movimentam contratos de maior volume; apresentação do sistema para os potenciais fornecedores e um orçamento anual de R$ 3 a R$ 4 milhões para investimentos em tecnologia.
Do ponto de vista da TI – área que também está embaixo de Cavanha –, a companhia quer reforçar as questões de segurança da plataforma. “Na realidade, hoje o ambiente é extremamente confiável, mas falta mostrar isso de forma mais clara aos usuários”, informa o executivo. Outra preocupação, revela o CEO, está relacionada a adequar as funcionalidades do portal a processos de compra mais complexos. Para tanto, a Petronect fechou, há cerca de um mês, um acordo com a PUC (Pontifícia Universidade Católica), com o intuito de criar ferramentas sob medida para o portal de compras eletrônicas.
Melhorias no sistema
“Na realidade, depois de conversarmos com os compradores e fornecedores descobrimos que temos toda a infraestrutura necessária para realizar qualquer transação de compra por meio da Internet”, ressalta Cavanha, lembrando que a implementação de um novo sistema de SRM (Supplier Relationship Management) - fornecido pela SAP -, em 2006, foi fundamental para suportar a expansão da companhia.
Para comprovar a eficiência da nova plataforma tecnológica, Álvaro Protasio, diretor da Petronect, enfatiza que, desde a atualização do SRM, a companhia passou de uma base de 40 mil usuários para 100 mil usuários do portal. “Além disso, conseguimos realizar transações de forma mais eficiente”, cita Protasio, citando o exemplo da possibilidade de promover leilões reversos e nos quais a Petrobras consegue reduzir o preço médio de compra dos produtos em até 22%.
A implementação do SRM também coincidiu com uma mudança no foco de negócios da Petronect. Isso porque, há cerca de dois anos, a Petrobras decidiu transformar a empresa em uma prestadora de serviços. “Diferente do início da operação, quando éramos suportados pelo grupo, agora temos de negociar contratos anuais com cada uma das empresas (ligadas à Petrobras) para as quais oferecemos o portal de compras”, cita Cavanha. Ele informa também que, desde então, a companhia passou a ser remunerada por número transações.
Com um patrimônio líquido de R$ 33 milhões, a Petronect mantém hoje uma estrutura de 75 profissionais, divididos entre as áreas de tecnologia e negócios. A empresa foi criada por uma associação da Petrobras – que representa a principal controladora – com a SAP e a Accenture.
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