domingo, 1 de fevereiro de 2009

Portal da Petrobras: intenção de concentrar 100% das licitações na web

A empresa responsável pelo e-procurement da distribuidora de petróleo e gás trabalha com um orçamento anual de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões para área de TI

Tatiana Americano, da CIO

Em 2008, R$ 17,3 bilhões em compras de produtos e de serviços das empresas do sistema Petrobras – que hoje representa um dos maiores fornecedores de petróleo e gás do mundo – foram negociados por meio da internet, a partir do portal da Petronect. Esta última, empresa criada há seis anos, com o intuito de oferecer serviços de e-procurement para todas as unidades de exploração e produção de petróleo e gás do grupo, bem como das refinarias, termelétricas e demais companhias que compõem a holding.

"Hoje, mais de 70% das licitações para compra de materiais da Petrobras já são negociados pelo portal”, conta Armando Cavanha, CEO da Petronect, lembrando que esse índice cai para 30% no caso dos processos relacionados a contratos de serviços. “Mas temos a meta de que 100% das transações sejam online”, avisa o executivo, que calcula um prazo de três anos para todas as compras e cotações serem realizadas no portal.

A principal barreira para que toda as licitações de produtos e de serviços aconteçam pela internet, revela Cavanha, está na cultura dos usuários do sistema, o que inclui hoje uma base de 9 mil compradores dentro da Petrobras e mais de 50 mil fornecedores externos. “Ao longo do tempo, conquistamos a confiança dos usuários, mas percebemos que, no caso dos grandes projetos, ainda há uma desconfiança em relação ao portal”, explica o CEO.

Para arrebanhar as compras de grande porte, a Petronect desenhou um plano baseado em três pilares: conscientização dos funcionários da Petrobras que movimentam contratos de maior volume; apresentação do sistema para os potenciais fornecedores e um orçamento anual de R$ 3 a R$ 4 milhões para investimentos em tecnologia.

Do ponto de vista da TI – área que também está embaixo de Cavanha –, a companhia quer reforçar as questões de segurança da plataforma. “Na realidade, hoje o ambiente é extremamente confiável, mas falta mostrar isso de forma mais clara aos usuários”, informa o executivo. Outra preocupação, revela o CEO, está relacionada a adequar as funcionalidades do portal a processos de compra mais complexos. Para tanto, a Petronect fechou, há cerca de um mês, um acordo com a PUC (Pontifícia Universidade Católica), com o intuito de criar ferramentas sob medida para o portal de compras eletrônicas.

Melhorias no sistema

“Na realidade, depois de conversarmos com os compradores e fornecedores descobrimos que temos toda a infraestrutura necessária para realizar qualquer transação de compra por meio da Internet”, ressalta Cavanha, lembrando que a implementação de um novo sistema de SRM (Supplier Relationship Management) - fornecido pela SAP -, em 2006, foi fundamental para suportar a expansão da companhia.

Para comprovar a eficiência da nova plataforma tecnológica, Álvaro Protasio, diretor da Petronect, enfatiza que, desde a atualização do SRM, a companhia passou de uma base de 40 mil usuários para 100 mil usuários do portal. “Além disso, conseguimos realizar transações de forma mais eficiente”, cita Protasio, citando o exemplo da possibilidade de promover leilões reversos e nos quais a Petrobras consegue  reduzir o preço médio de compra dos produtos em até 22%.

A implementação do SRM também coincidiu com uma mudança no foco de negócios da Petronect. Isso porque, há cerca de dois anos, a Petrobras decidiu transformar a empresa em uma prestadora de serviços. “Diferente do início da operação, quando éramos suportados pelo grupo, agora temos de negociar contratos anuais com cada uma das empresas (ligadas à Petrobras) para as quais oferecemos o portal de compras”, cita Cavanha. Ele informa também que, desde então, a companhia passou a ser remunerada por número transações.

Com um patrimônio líquido de R$ 33 milhões, a Petronect mantém hoje uma estrutura de 75 profissionais, divididos entre as áreas de tecnologia e negócios. A empresa foi criada por uma associação da Petrobras – que representa a principal controladora – com a SAP e a Accenture.
importado por splitz

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