Computadores discutiram, contaram piadas e enfrentaram pegadinhas verbais, como parte de um teste anual de inteligência artificial conduzido pela Universidade de Reading. Digitando em terminais de tela dupla, 12 voluntários mantinham no último domingo duas conversações simultaneamente: uma com um programa de chat e a outra com uma pessoa. Depois de cinco minutos, foram convidados a identificar quem era quem. E houve quem não estivesse muito certo quanto à identidade dos interlocutores.
O Elbot, de Fred Roberts, levou o principal prêmio do dia: a medalha de bronze do prêmio Loebner de Inteligência Artificial, por ter conseguido enganar três dos juízes que o avaliaram. "Eu queria ser bom de papo como o Elbot", brincou Roberts, que trabalha como consultor em Hamburgo, na Alemanha, ao receber o prêmio.
O concurso utiliza as idéias do matemático britânico Alan Turing, que propôs uma regra subjetiva mas simples para determinar se máquinas podiam ser capazes de pensamento. Escrevendo em 1950, Turing argumentou que a conversação é prova de inteligência. Se um computador fala como uma pessoa, então para todos os fins práticos ele pensa como uma pessoa.
Mas é difícil julgar a eloqüência de um computador. Os seres humanos podiam ter preconceito contra a máquina. Por isso, Turing desenvolveu o teste no qual um jurado humano trocaria mensagens simultaneamente com uma máquina e com uma pessoa, sem ser informado sobre quem era quem. Se o jurado tivesse dificuldades para fazer a distinção, disse Turing, o computador satisfaria o padrão de inteligência humana.
A despeito de vencer, ou porque venceu, Roberts diz não aceitar o argumento de Turing. "Não acho que seja nada parecida com pensamento", ele disse sobre a habilidade de conversação do Elbot. "Se você sabe como um truque de mágica é feito, ele deixa de ser mágica. Lamento soar pessimista".
Fonte: Portal Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário