quinta-feira, 10 de julho de 2008

Estudantes do Anchieta e Portinari participam do RoboCup

A Tarde On line

 

 

Pelé, Ronaldo, Kaká e Robinho embarcam hoje para a cidade de Suzhou, na China, onde vão participar de um campeonato mundial, que acontece de 14 a 20 deste mês. Calma! A Copa do Mundo só irá acontecer em 2010, e o maior artilheiro de todos os tempos não voltou a jogar futebol. Os craques da bola são nada menos que robôs criados por alunos de dois colégios particulares de Salvador: Anchieta e Portinari.

 

Os protótipos, aliás, têm tudo para vencer este ano a RoboCup, a copa mundial de robôs, uma iniciativa internacional de pesquisa e educação.

 

Pelé e Ronaldo foram desenvolvidos pelos estudantes Danilo Rêgo e José Messias Júnior, ambos de 17 anos, da terceira série do ensino médio do Anchieta.

 

A trajetória dos jovens em competições é brilhante. No currículo deles, para se ter uma idéia, constam até publicações nos anais da Sociedade Brasileira de Robótica, a SBC.

 

Em 2004, Danilo e Messias ficaram em 1° lugar (categoria pesquisa) na First Lego League (FLL); em 2006, também foram os vencedores da Robocup Júnior Brasil, na modalidade Resgate e Dança; e, no ano passado, receberam dois prêmios na 5ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), dentre tantos outros.

 

DOMÍNIO – Este ano, eles estão bastante confiantes. Não por acaso. No ano passado, os robôs só chutavam. E, agora, conseguem dominar a bola. “O grande desafio é manter a posse de bola a maior parte do tempo e, obviamente, fazer gols”, comenta Danilo Rêgo, que, assim como José Messias, conseguiu apoio financeiro da instituição para viajar.

 

Apesar de confiantes, os jovens afirmam que ainda é preciso melhorar a performance do domínio da bola. “Estamos trabalhando para que tudo fique do jeito que sempre desejamos”, explica José Messias.

 

Na avaliação de Fábio Ferreira, professor de Robótica Educacional do Colégio Anchieta e coordenador da delegação baiana que vai disputar a RoboCup, os estudantes têm grandes chances de ganhar a competição.

 

Kaká e Robinho (os outros dois protótipos homônimos) também vão disputar a copa na China. Criados pelos estudantes Verivaldo Teles, Felipe Lima (ambos de 17 anos) e Luiz Felipe Pimentel, 15 anos, todos do Colégio Portinari, os robôs conseguem dominar bem a bola, mas não têm capacidade de chutar.

 

Segundo Lima, que prestará vestibular para mecatrônica este ano, a maior dificuldade técnica encontrada pelo grupo é fazer o robô se localizar no campo.

 

Pela primeira vez na RoboCup, os garotos dizem que a prioridade não é obter excelentes resultados. Eles já se sentem felizes por poder participar da competição. “Estar lá já é o máximo”, comemora Pimentel, o caçula da equipe, que cursa a oitava série do ensino fundamental.

 

Os cinco competidores fazem parte do Clube de Investigação Científica Robotics (CIC), cujo objetivo é estabelecer uma educação transdisciplinar, como explica o seu criador, o professor Fábio Ferreira. “A idéia é estimular competências múltiplas durante o processo de aprendizagem da robótica”.

 

No Anchieta, o estudo da robótica foi inserido na grade curricular para os alunos da 5ª série do ensino fundamental, com o objetivo de facilitar o aprendizado em disciplinas como matemática, ciências e redação.

 

PATROCÍNIO – A viagem à China custou pouco mais de R$ 6 mil. As instituições arcaram com 50% das despesas, enquanto os pais dos alunos com a outra metade.

 

Robótica não é coisa de rico. Aliás, hoje já está inserida em escolas da rede pública de ensino como ferramenta de aprendizagem. Mas para participar de competições, sobretudo fora do País, é preciso arcar com muitas despesas. Quando não há o patrocínio da instituição ou de alguma empresa de tecnologia, torna-se praticamente inviável.

 

É por falta de patrocínio, por exemplo, que Thor Medrado, aluno da 8ª série do Externato Mater etMagistra, não poderá ir à China participar da RoboCup. O projeto dele foi desenvolvido em parceria com três estudantes do Rio Grande do Norte. Trata-se de uma apresentação de bumbameu-boi e tradições nordestinas. “Só recebe apoio quem é de faculdade”, lamenta Thor, que estará representado pelos outros companheiros de equipe.

 

“Apesar de todas as conquistas, o empresariado não apóia essas iniciativas”, critica Fábio Freitas, para quem a robótica é um instrumento de desenvolvimento de competências e aprimoramento de habilidades.

importado por splitz

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